Oshiete! Galko-chan é um anime de Dia a Dia (slice of life) escolar de humor, mas diferentes dos vários títulos do mesmo gênero, este tem como foco perguntas sobre o corpo feminino e sexo. E quem fala sobre esses assuntos são essas três inusitadas amigas:
Galko:
Garota kogal, com saia curta, cabelo tingido, pele bronzeada, unhas feitas e maquiagem. Galko não é ingênua, sabe o que o jeito que se veste faz as pessoas pensarem que ela é vadia, passando a ideia de ser sexualmente experiente, porém ela “Decidiu Esperar”.
Otoko:
A nerd, inteligente que gosta de importunar protagonista com perguntas indiscretas, mas em alguns casos acaba mais embaraçada que a vítima. As vezes ela pode ser bem insensível e no passado foi incrivelmente rude com a Galko, julgando-a por sua aparência.
Ojou:
Menina rica e avoada. Ela é tipo a vela das duas acima, mas ela se esforça para se enturmar com elas, o que costuma dar bem errado.
Os curtos 12 episódios com duração em média de 8 min, dirigidos por Keiichirou Kawaguchi(SKET Dance), produzidos pela feel.(This Art Club Has a Problem!, Makura no Danshi), baseados no mangá em formato tirinhas (4-koma) criado por Kenya Suzuki, tem quase sempre o ponto de partida: Uma pergunta relativo ao corpo, como tamanho das auréolas dos seios, menstruação ou sexo.
E se você é um garoto que sempre se perguntou sobre o que as garotas falam, esse anime pode lhe dar uma dica. Eu com certeza aprendi alguma coisa…
Todo o episódio tem uma dúvida ou ensinamento diferente, mas é um pouco repetitivo, a graça do anime inteiro é basicamente o embaraço e a vergonha que a protagonista sofre. A dicotomia entre o externo e interno da Galko, a quebra da expectativa. Ritmo que só fica diferente nos últimos episódios onde vemos as três amigas em cenários diferentes e o início da amizade.
O legal é que não demora para novos personagens serem introduzidos dando uma maior variedade ao show. Garotas e garotos com diferentes estilos, biótipos e gostos.
Achei ótimo o trio do sexo masculino, eles são tipo a versão masculina das personagens principais. Gostaria de mais episódios com eles, para ver algo mais do que o clichê “os homens só pensam naquilo” que representam.
O fanservice é claramente um elemento central do anime, então a criação de Galko como uma quebra de estereótipo é válida ou é somente uma isca?
Seja como for, a produção é amigável ao sexo feminino e aplicando o teste de Bechdel, que teoricamente ajuda a classificar uma obra como feminista, Oshiete! Galko-chan passa em todas a condições que são:
- O filme precisa ter pelo menos duas mulheres (de preferência que tenham nomes).
- Elas precisam conversar entre si em alguma cena.
- O assunto não pode ser um homem.
Só tenho alguns problemas com o anime: O episódio da piscina em grande parte foi desnecessário, mostrou um lado maternal da Galko e sua consciência corporal, porém exagerou um pouco no fetiche. E a Opening que tem uma duração muito grande para um anime tão curto e falta de legenda na mesma, que nesse caso é diferente para cada episódio, mas acho que isso eu vou ter de me acostumar…
Com uma boa arte acompanhada de uma coloração brilhante e viva que remete a Pop Art fazendo um bom trabalho em tentar reproduzir as cores do mangá, Oshiete!Galko-chan é um anime raso de trama recorrente e nenhuma dessas características é um problema, já que foi isso que o anime propôs desde o início. E mesmo assim, pode levantar questões sobre o juízo que fazemos pelos estilo e roupa das pessoas, principalmente das mulheres e de como julgamos quem não conhecemos.