O longa dirigido por Makoto Shinkai, lançado em agosto de 2016, arrecadou mais de US$350 milhões no mundo todo e bateu “A Viagem de Chihiro” como a maior bilheteria de uma animação japonesa. E por muitos a sua exclusão do Oscar foi considerado uma injustiça, o que eu não concordo, no final do post exponho melhor minha opinião.
O diretor já tinha emplacado dois relativos sucessos nos cinemas japoneses, “5 Centímetros por Segundo” e “O Jardim das Palavras”, teve em Kimi no Na wa (Your Name), seu maior sucesso.
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A trama é sobre dois adolescentes com vidas bem diferentes: Mitsuha Miyamizu, uma sacerdotisa, filha do prefeito de uma entediante cidade do rural do Japão e do garoto trabalhador de meio período que vive na agitada Tóquio, Taki Tachibana. Que de repente trocam de corpos!
O longa conta com um humor típico do clichê de troca corporal, se você já assistiu “ Se eu fosse você”, “Kokoro Conect” ou “Garota Veneno”, você sabe do que estou falando. Porém, Kimi no Na wa tem um bom Plot Twist e agrega temas como a fluidez do tempo, a família, amor, tradições, espiritualidade, crescimento e memória para fugir do usual.
Parte artística, coordenado por Masashi Ando que já trabalhou em diversas animações da Ghibli e com o finado Satoshi Kun, é muito boa e conta com alguns efeitos de luzes interessante, mas nada fora do padrão ou que traga alguma identidade ao longa. Em entrevista a The Japan Times, Makoto conta que Masashi queria ter continuado o trabalho, mas que problemas financeiros o impossibilitaram.
Um dos pontos principais do longa é a parte sonora que construída em conjunto com a banda Radwimps. Eles foram convidados pelo diretor, que é fã do grupo e juntos foram criando o desenho e a trilha, então as faixas se encaixam muito bem nos momentos da história e são realmente boas. “…O processo de escrever os sons estava andando ao mesmo tempo da animação então um influenciou o outro. A música mudou a história, as falas e se alguma cena era criada, nos mudávamos a música. “ disse Yojiro, um integrante da banda, para a Forbes.
Eu gostei desse musicalidade, considero um dos trunfos do filme e olha que não sou muito fã de músicas japonesas.
O único problema na parte de áudio, mesmo sendo poucas vezes, é que a voz do cantor e dos personagens ocupam o mesmo trecho, dividindo sua atenção, principalmente quando as duas vozes estão legendadas.
A dublagem, principalmente a dos personagens principais que tiveram suas versões femininas e masculinas interpretadas por Ryunosuke Kamiki (Taki Tachibana) e Mone Kamishiraishi (Mitsuha Miyamizu), ficou ótima! Os dois profissionais até ganharam o prêmio de melhores atores no 11º Seyu Award e o longa levou o prêmio de Sinergia!
Contudo, assistir essa obra foi como ver um anime comum que abusa de saltos temporais (time skip) e time lapse, na verdade até parece um episódio de recapitulação e é por isso eu acredito ter sido uma boa ideia Kimi no Na wa não representar o Japão no Oscar de 2016. Até OP (abertura) o longa tem…
Em seu lugar foi indicado “A Tartaruga Vermelha”, produzido em parceria com um estúdio francês, um belga e o Studio Ghibli. Um desenho mudo com traços parecido com “As aventuras de Tintim”, muito mais mágico, original, ousado e com personalidade. O próprio Makoto, em confessa em entrevista ao The Japan Times , que não tinha fé em seu Longa: “ Para mim está incompleto, desbalanceado. O enredo está bom mas o filme não é perfeito. Dois anos não foram o bastante. ”
Mas se eu conhecesse o diretor diria que ele está sendo muito critico consigo mesmo, que Kimi no Na wa é lindo e realizou um grande feito! Makoto Shinkai, que não quer ser comparado ao Myazaki, mas talvez tenha causado o mesmo efeito da Ghibli: furar a bolha otaku e ter sido o primeiro contato ou a porta de entrada das animações japonesa pra muita gente.